Deu metaplasia ou displasia na minha endoscopia: o que significa e o que devo fazer agora?

Nesta matéria, explicamos de forma clara o que esses termos significam, como o diagnóstico é feito, quais os riscos reais e quais são os tratamentos disponíveis. Informação confiável para ajudar você a tomar decisões com segurança.

Pacientes Instituto Mevy

Recebeu um laudo com os termos “metaplasia” ou “displasia”? Respire. Você não está sozinho.

É muito comum sentir medo ou confusão ao ler o resultado de uma biópsia do estômago que menciona termos como metaplasia ou displasia. A primeira reação de muitas pessoas é procurar no Google — e, infelizmente, isso muitas vezes aumenta a ansiedade, especialmente quando esses termos aparecem associados ao câncer.

Mas calma: receber esse diagnóstico não significa que você está com câncer. Vamos te explicar, com clareza e empatia, o que isso realmente significa, como o diagnóstico é feito e quais são os próximos passos.


O que é uma biópsia e por que ela foi feita?

Durante uma endoscopia digestiva alta, o médico pode observar alguma alteração na mucosa do estômago. Mesmo que visualmente não haja nada muito aparente, é comum realizar biópsias — ou seja, pequenas amostras de tecido são retiradas para serem analisadas no microscópio por um médico patologista.

Essas biópsias ajudam a identificar alterações que não são visíveis a olho nu, como é o caso da metaplasia ou displasia.


Mas o que é metaplasia? E o que é displasia?

  • Metaplasia é quando as células que revestem o estômago mudam de tipo, como uma forma de defesa. Por exemplo, elas podem começar a se parecer com células do intestino. Isso acontece por causa de irritações crônicas, como a gastrite.

    Pense na metaplasia como um sinal de alerta, e não uma doença em si.

  • Displasia é uma alteração no formato e funcionamento das células. Essas células já não se comportam como deveriam, e por isso precisam de mais atenção.

    A displasia pode ser leve ou mais acentuada. Nos casos mais avançados, ela é chamada de “displasia de alto grau” e requer tratamento específico.


É câncer?

Essa é a pergunta mais comum. E a resposta é: não.

Nem a metaplasia, nem a displasia significam que você está com câncer. Elas são consideradas lesões pré-cancerosas, ou seja, alterações que podem evoluir para um câncer ao longo do tempo, mas não obrigatoriamente.

E o mais importante: quando identificadas cedo, essas alterações podem ser acompanhadas ou tratadas de forma segura e eficaz, evitando a evolução da doença.


Como se chega ao diagnóstico?

O caminho geralmente é assim:

  1. Endoscopia digestiva alta – exame com uma câmera que examina por dentro o esôfago, estômago e parte do intestino.

  2. Coleta de biópsias – retirada de pequenos fragmentos do tecido estomacal para análise.

  3. Análise no microscópio – um médico patologista examina essas amostras e verifica se há alterações celulares compatíveis com metaplasia ou displasia.

O diagnóstico pode incluir também uma classificação do risco, de acordo com o tipo de alteração, o local em que ela aparece e a extensão da área afetada.


O que fazer se aparecer metaplasia?

Se a sua biópsia apontou apenas metaplasia, sem outros fatores de risco, é provável que não seja necessário nenhum tratamento, apenas um acompanhamento periódico com seu médico e hábitos de vida saudáveis.

No entanto, se a metaplasia for extensa, ou estiver associada a outros fatores como histórico familiar de câncer gástrico ou presença de gastrite atrófica, o gastroenterologista pode indicar acompanhamento com endoscopia regular a cada poucos anos.


E se aparecer displasia?

  • Displasia de baixo grau: geralmente requer apenas repetir o exame após alguns meses para verificar se houve mudança.

  • Displasia de alto grau: nesse caso, o médico vai querer analisar com mais cuidado, pode indicar uma nova endoscopia com imagens detalhadas e, se confirmado, indicar a remoção da área alterada por endoscopia.

Esse procedimento, chamado mucosectomia, é feito por via endoscópica (sem cortes) e costuma ter ótimo resultado, com rápida recuperação.


Como evitar a evolução dessas alterações?

Você pode fazer muito pela sua saúde. Veja algumas medidas simples e eficazes:

  • Eliminar a bactéria H. pylori, se presente.

  • Evitar cigarro e bebidas alcoólicas em excesso.

  • Reduzir alimentos ricos em sal, defumados e ultraprocessados.

  • Ter uma alimentação rica em frutas, verduras, fibras e antioxidantes.

  • Manter acompanhamento com seu gastroenterologista.


Confiar no acompanhamento é o melhor caminho

É normal sentir preocupação ao receber um laudo médico com termos pouco familiares. Mas a medicina moderna nos permite diagnosticar e tratar lesões pré-cancerosas de forma precoce e segura.

O mais importante é não ignorar o diagnóstico, mas também não se desesperar. Com um bom acompanhamento, a maioria dos casos evolui muito bem, e o paciente pode seguir com qualidade de vida e tranquilidade.


Saiba mais com quem entende

No Instituto Mevy, nosso compromisso é com a informação clara e responsável. Se você ou alguém da sua família recebeu esse tipo de diagnóstico, entre em contato com um de nossos especialistas para uma avaliação personalizada.

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