Descobri uma lesão subepitelial no estômago: isso é perigoso?

Recebeu um laudo de endoscopia com o termo lesão subepitelial e não sabe o que isso significa? Essas lesões são achados comuns e, na maioria dos casos, não representam risco à saúde. Mas como saber quando é preciso se preocupar? Neste artigo, explicamos o que são essas lesões, quais os tipos mais comuns, quando exigem acompanhamento e quais os tratamentos disponíveis. Entenda tudo o que você precisa saber para tomar as melhores decisões sobre sua saúde digestiva!

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O que é uma lesão subepitelial e devo me preocupar?
Você realizou uma endoscopia digestiva alta e recebeu um laudo mencionando a presença de uma lesão subepitelial? Esse termo pode assustar à primeira vista, especialmente porque as informações disponíveis na internet nem sempre são claras. Mas calma! Nem toda lesão subepitelial é grave.

Neste artigo, vamos explicar o que são essas lesões, quais são os principais tipos, quando exigem acompanhamento e quais os tratamentos disponíveis.

1. O que é uma lesão subepitelial?
As lesões subepiteliais são nódulos ou protuberâncias encontrados na parede do esôfago, estômago ou intestino, que ficam abaixo do epitélio – a camada mais superficial do trato digestivo. Como estão "escondidas", essas lesões não podem ser biopsiadas de forma convencional e muitas vezes são descobertas por acaso durante uma endoscopia feita por outros motivos.

A boa notícia é que a maioria dessas lesões é benigna, mas algumas podem precisar de acompanhamento para garantir que não cresçam ou desenvolvam características malignas.

2. Quais são os tipos mais comuns?
As lesões subepiteliais podem ter diferentes origens e composições. Entre as mais comuns, estão:

✔ Lipoma – Lesão formada por tecido adiposo (gordura), totalmente benigna e sem necessidade de tratamento.
✔ Pâncreas ectópico – Pequena quantidade de tecido pancreático localizado na parede do estômago, geralmente sem risco de complicações.
✔ Leiomioma – Tumor benigno originado da camada muscular do trato digestivo, que normalmente não requer remoção.
✔ Tumor Estromal Gastrointestinal (GIST) – Pode ser benigno ou maligno. O risco de câncer aumenta com o tamanho da lesão.
✔ Tumor Neuroendócrino – Pode ter diferentes graus de agressividade, dependendo do seu tamanho e comportamento celular.

3. Como saber se a lesão subepitelial pode ser perigosa?
Para avaliar a natureza dessas lesões, o exame mais importante é a ecoendoscopia. Esse exame combina ultrassom com endoscopia, permitindo que o médico veja camadas internas da parede do estômago e, se necessário, realize uma biópsia por punção.

As lesões menores que 2 cm e sem sinais suspeitos geralmente são acompanhadas sem necessidade de remoção. Já aquelas maiores ou com crescimento progressivo precisam de avaliação detalhada e, em alguns casos, cirurgia ou ressecção endoscópica.

4. Quais são os tratamentos disponíveis?
O tratamento depende do tipo da lesão:

📌 Lesões benignas confirmadas: Não precisam de tratamento e não causam sintomas na maioria dos casos.
📌 Lesões suspeitas ou maiores que 2 cm: A remoção pode ser indicada para prevenir riscos futuros.
📌 Tumores malignos ou pré-malignos: Podem exigir cirurgia ou procedimentos minimamente invasivos, como a ressecção endoscópica.

Se seu médico sugeriu acompanhamento regular, siga corretamente as recomendações para garantir sua segurança.

5. Conclusão: o que fazer agora?
Se você descobriu uma lesão subepitelial, não entre em pânico! A maioria dessas lesões não causa problemas e muitas nunca precisarão de tratamento. O mais importante é contar com o acompanhamento de um especialista em gastroenterologia para avaliar o caso corretamente.

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