Recebi o diagnóstico de Esôfago de Barrett. E agora?

Imagine que você foi ao médico para investigar aquela azia que já dura anos e, após uma endoscopia, recebeu um diagnóstico inesperado: Esôfago de Barrett. Você nunca ouviu falar sobre isso antes e, ao pesquisar na internet, descobre termos como “pré-maligno” e “risco de câncer”. O medo e a incerteza tomam conta. Mas antes de se preocupar, vamos entender o que esse diagnóstico realmente significa e como você pode cuidar da sua saúde.

O que é Esôfago de Barrett?
O Esôfago de Barrett é uma condição na qual as células normais que revestem o esôfago são substituídas por células do tipo intestinal. Isso acontece devido à exposição contínua ao ácido do estômago, geralmente causada pelo refluxo gastroesofágico crônico.

Mas calma! Ter Esôfago de Barrett não significa que você tem câncer. Ele é considerado uma condição pré-maligna, ou seja, pode aumentar o risco de desenvolver câncer no esôfago, mas a maioria dos pacientes nunca chega a desenvolver a doença.

Sintomas: O que devo observar?
O Esôfago de Barrett não causa sintomas próprios, o que torna o diagnóstico mais difícil. Geralmente, os pacientes procuram um médico por sintomas de refluxo gastroesofágico, como:

✔ Azia frequente e sensação de queimação no peito
✔ Gosto amargo na boca, especialmente ao acordar
✔ Dificuldade para engolir
✔ Tosse crônica sem explicação aparente
✔ Sensação de algo parado na garganta

Se você tem refluxo há anos e apresenta esses sintomas com frequência, é essencial procurar um gastroenterologista para uma avaliação detalhada.

Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico do Esôfago de Barrett é feito por meio de uma endoscopia digestiva alta, um exame em que um tubo flexível com uma câmera é inserido pela boca para examinar o esôfago e o estômago. Durante o exame, o médico pode coletar pequenas amostras de tecido (biópsia) para análise.

Se a biópsia confirmar a presença de metaplasia intestinal, o diagnóstico de Esôfago de Barrett é estabelecido.

Quais são os riscos? Devo me preocupar?
A maioria dos pacientes com Esôfago de Barrett não desenvolve câncer, mas o risco existe, especialmente se houver displasia – um termo médico que indica alterações celulares mais avançadas.

📌 Risco médio de progressão para câncer:

Sem displasia: O risco de evolução para câncer é muito baixo. O acompanhamento endoscópico periódico costuma ser suficiente.
Com displasia de baixo grau: O risco é um pouco maior, mas pode ser controlado com tratamento.
Com displasia de alto grau: A chance de progressão para câncer é maior, e o médico pode indicar tratamento para remover as células alteradas.

Se o seu médico pediu exames adicionais ou sugeriu um acompanhamento regular, não ignore! O diagnóstico precoce é a melhor forma de evitar complicações.

Existe tratamento?
O tratamento varia de acordo com o estágio do Esôfago de Barrett. As principais abordagens são:

1️⃣ Controle do refluxo gastroesofágico

Uso de medicamentos para reduzir a acidez do estômago, como inibidores de bomba de prótons.
Mudanças na alimentação e no estilo de vida.
Em alguns casos, cirurgia antirrefluxo pode ser recomendada.

2️⃣ Acompanhamento regular

Se não houver displasia, o acompanhamento é feito com endoscopias periódicas.

3️⃣ Tratamento endoscópico (para casos avançados)

Quando há risco de progressão para câncer, procedimentos como a ablação por radiofrequência são indicados para remover as células alteradas sem cirurgia.

Conclusão: Como seguir em frente?
Receber um diagnóstico de Esôfago de Barrett pode parecer assustador, mas o mais importante é ter informação e acompanhamento médico adequado.

Se você foi diagnosticado, não entre em pânico. Com os avanços da medicina, o tratamento e a vigilância são altamente eficazes. Converse com seu médico, siga as recomendações e mantenha uma vida saudável.

Lembre-se: O conhecimento é seu maior aliado! Se tiver dúvidas, procure um especialista e cuide da sua saúde.

Acerca do Instituto Mevy

O Instituto Mevy é uma referência em gastroenterologia, oferecendo informações confiáveis e atualizadas sobre saúde digestiva para médicos e o público em geral. Fundado e dirigido pelo Dr. Eduardo Bonin, especialista renomado na área, o instituto se dedica à educação médica e à conscientização sobre doenças gastrointestinais, sempre com uma abordagem baseada em evidências científicas e acessível para todos.